quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Olhinhos de quem quer tudo e eu também

 Paula Trubat

Já eram 10h30 e nada de a última instituição chegar. No fim da fila, minha empolgação se acumulava ao ver voluntários e crianças que enchiam o Circo. Precisei conter a vontade de segurar a mão de um dos pequenos e roubá-los de seus voluntários. Consegui. Queria uma criança que fosse só minha. 

Lá para as 11h e muitas, ela chegou. Como manda o figurino, ajoelhei, abracei a mocinha e perguntei “Seu nome?” “Lara” “Quantos anos você tem?” “Nove” “Legal, tenho uma irmã de sete anos” “E eu também”. Nos demos o primeiro sorriso. Seguindo as regras, sentamos para lanchar e continuamos a descoberta. “O que pediu para o Papai Noel, Lara?” “Pedi uma boneca, mas queria mesmo uma máquina fotográfica” “E eu também!” gritei eufórica e a menina riu da reação empolgada da voluntária. A conversa continuou e descobrimos uma sucessão de eu tambéns. 

Lara queria tudo. Pipoca, guaraná, cachorro-quente e batata. “Quer, tia?” “Não, Lara, obrigada”. Pirulito, bala e bolinho de chocolate. “Quer, tia?” “Não, Lara, obrigada”. Percebi que os olhinhos da moça não paravam de registrar tudo a sua volta e, antes que eu começasse a falar de novo, ela sacou o celular que trazia na bolsa e começou a tirar foto de tudo. Perguntou “Esses presentes grandes são para quem?” “Para vocês” e um olhão se arregalou no rosto da menina acompanhado de uma boca em forma de “O”. Eu ri.

Em pouco tempo de amizade, Lara segurou minha mão e foi me escalando. Primeiro agarrou a cintura. Depois subiu para as costas. Quando percebi já estava nos meus ombros pedindo para eu chegar mais perto do palco. Assenti e vi suas mãozinhas batucando o carnaval de Chico Buarque. “Não quer ir para o chão, Lara? Vamos sambar!”. Mas Lara não sambava. Não queria chão, queria colo. Tirava foto e ficava olhando com aquele olho arregalado para o palco. Uma voluntária amiga disse “não adianta, ela tá assim ó” e imitou os olhos arregalados acompanhados pela boca em forma de “O” da menina. Deixei. 

Reza a lenda que gente do Sonhando Juntos está acostumada com situações difíceis. Estamos. Mas sempre há uma novidade. Lara me contou que mora com avó, avô, mãe e irmãos. Seu pai? Foi preso há pouco tempo. “Sabe por que, Lara?” “Ele foi pego em assalto de cigarro” “Assalto de cigarro?” “É... roubando, sabe?”. Fiz que sim com a cabeça e ela continuou “na verdade ele é meu padrasto. Meu pai de verdade morreu... mas meu pai que tá preso me dá tudo, tia” “Dá tudo como, Lara?” “Ah, ele compra tudo para mim: celular, computador, roupas novas... tudo”. Eu não soube o que falar. Como explicar para a criança que isso não é tudo? 

Lara não quis explicação, preferiu ver mágica e comer pipoca. “Quer, tia?” “Não, Lara, obrigada”. Lara comeu. Pegou mais uma do saco e “Quer, tia?” “Não, Lara, obrigada”. Me olhou com aqueles olhos de quem não quer tudo para si e insistiu. Foi aí que entendi o recado. Não era só eu que estava ali para ensinar. Lara também. 

Nem celular, nem computador, nem todas as coisas que o pai de Lara tinha dado a ela faziam efeito naquela hora. Lara queria mágico, festa, Papai Noel e carnaval. E eu também. No final, a gente tinha aproveitado tanto de tudo que estávamos mortas com farofa. A instituição de Lara foi a última a chegar e, por isso, era justo ser a última a sair. Enquanto esperávamos seu ônibus, ficamos esparramadas no chão. Lara definitivamente não queria mais sambar. Queria colo. E eu também. 

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Jonathan


Mariana Bueno








Ele chegou com a timidez inicial que quase todos têm e, antes mesmo de dizer o nome ou saber o meu, disse: “Tia, é só hoje que a gente vai ficar aqui? A gente vai ter que ir embora?”. Pronto, eu já era outra pessoa. Sono? Cansaço? Preguiça? Não, eu não sabia mais o que era isso.


Pegou um bolinho e devorou antes mesmo de sentarmos à mesa. Outros amigos chegaram com suas crianças, fizemos um lanche coletivo, aproveitando para nos conhecermos melhor. Depois, como é natural, todo mundo se espalhou e foi aproveitar o dia. Ele olhava deslumbrado para todo aquele espaço verde cheio de brinquedos e não sabia por onde começar.


No decorrer da festa eu parava rapidamente cada vez que encontrava um conhecido. Queria muito ter podido conversar, saber o que estavam achando, matar as saudades dos que eu já não via há um certo tempo, conhecer melhor os que se apresentavam a mim pela primeira vez. Não consegui nada disso. Falava um oi, tirava uma foto, e seguia em frente. Eu era dele. Só dele! Dele, que vive com tanta gente em volta, mas não tem ninguém. O pai, presidiário. A mãe, que ainda não tem 25 anos completos, foi morar com outro homem. Ele ficou, junto com outros três irmãos mais novos e dois ou três primos. Todos dividindo um quarto com duas camas na casa da avó, faxineira.


Conversei com uma das funcionárias da instituição da qual ele faz parte, que contou que ele é o xodó de todos por lá e que algumas vezes as professoras o levam para dormir em suas casas quando ninguém da família vai buscá-lo. Contou também que ele diz sempre que “apesar de tudo na vida, é um menino feliz”. Quer ser advogado quando crescer e olhava com admiração para o voluntário advogado que eu apresentei a ele. Disse que gostava de ler, mas que não era estudioso sempre. Se divertiu na cama elástica, no pula-pula, na piscina de bolinhas, arrasou pulando corda, jogou futebol, correu, plantou bananeira, brincou de pescaria, bola na lata, bola na boca do palhaço, adorou os brindes que ganhou. Sabia que lixo tinha que ser jogado na lixeira, não no chão, e aprendeu que não se pode furar fila. Era desinibido, inquieto, educado, curioso e maduro para os seus 10 anos. Conversava como adulto. Riu do meu time, riu da minha falta de mira nas cobranças de pênalti, riu do meu medo dos mosquitos e até do meu cabelo liso que as fitinhas não conseguiam segurar. O tempo todo ele queria comer. E gostou do suco de pêssego, que nunca tinha tomado.


Quando a hora de ir embora se aproximava, tudo que ele mais queria era continuar ali e aproveitar aqueles últimos minutos. Ao mesmo tempo, tinha medo que o ônibus fosse embora e ele ficasse para trás. Eu expliquei que seriam chamados pela cor da camisa, que havia uma lista de nomes, que iriam conferir se não faltava ninguém. “Mas se todos forem embora e me esquecerem aqui, pelo menos eu vou ficar com você, né tia?”

domingo, 22 de maio de 2011

Mais que um desejo

Mariana Bueno

“Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil 
outros garotos. Mas, se tu me cativas, serás para mim único no mundo.”
(Antoine de Saint-Exupéry)
 
Provavelmente eu já o conhecia, já o tinha visto em outras atividades. Mas são tantas crianças, tanta gente, tantos acontecimentos e afazeres que, confesso, ele tinha me passado batido. Até o dia em que descobri seu nome. Levei-o até seu xará, apresentei os dois e tirei uma foto deles, a dupla do plural rock n’ roll. Fiquei mexida com seu jeito quieto, de quem não estava se divertindo. Pura timidez.

Foi pouco tempo depois disso que li num dos relatórios a informação de que ele adorava assistir a filmes, mas que nunca tinha ido ao cinema. Não dá para dizer que era um sonho. Mas era um desejo, tão pequeno aos nossos olhos já viciados na telona, mas certamente grandioso para quem nunca teve essa chance. 

O passo seguinte, antes de começarmos o planejamento, foi o contato para saber suas condições de saúde. Ele não estava bem. Ia se internar novamente, começar um novo tratamento ou algo assim. É, frustrações fazem parte, ainda que não saibamos como lidar com elas.

Depois de algum tempo sem notícias o vi novamente, na festa do Dia da Criança. Quietinho, na dele, distante... Tão diferente das outras crianças! Esboçou um sorriso quando perguntei se ele gostaria de ir ao cinema com os amigos do SJ. A tal alegria para dentro, que viria a ser definida por seu xará tempos depois.

Minha empolgação durou pouco e foi novamente interrompida por internações. Dessa vez era mais sério e parecia interminável. As raras notícias eram cada vez mais desanimadoras. Eu tinha muito, mas muito medo de que seu pequeno grande sonho não chegasse a ser realizado. Até que o vi novamente. Com os olhos, sorriu de longe para mim. Rompi os protocolos, esqueci qualquer princípio básico de educação, por alguns segundos fiquei alheia a tudo o que acontecia em volta e corri para abraçá-lo. Tão magro, tão frágil.

O planejamento do sonho foi retomado em caráter de urgência. Tinha que acontecer! E tinha que ser logo, antes que houvesse uma recaída. Foi quase uma corrida contra o tempo. Tentativas, sem sucesso, de fazer algo exclusivo, perfeito, ideal. Qual a nossa dificuldade em entender que o ideal é simplesmente fazer com que o sonho aconteça?

Não me lembro de, em outros sonhos, ter ficado tão nervosa quanto neste. A gente tinha que conseguir! E conseguimos. Ele bem mais magro e bem mais fraco, ainda que só duas semanas tivessem se passado. Ele, tão forte e guerreiro, ainda que se alimentando apenas por sonda e sentindo dores inimagináveis. Ele, aos 12 anos, tão maduro ao lidar com sua doença e suas limitações. Ele e seu sorriso contido, ainda que estivesse explodindo de felicidade por dentro. Ele e sua aparente indiferença ao entrar pela primeira vez numa sala de cinema. É, a gente sempre espera empolgação, sorrisos, abraços, agradecimentos, festa, fotos... Novamente nossa dificuldade em entender que as coisas não precisam ser ditas ou demonstradas. Basta que sejam sentidas. 

Era o sonho mais simples, mas foi o mais complicado para acontecer. O que teve a menor duração, mas que vai deixar as maiores marcas. Era o que eu estava aparentemente mais contida mas, de longe, o que mais mexeu comigo. Foi a realização de sonho mais triste. E talvez, exatamente por isso, tenha sido a mais feliz!





quarta-feira, 27 de abril de 2011

Sonho animal

Alice Pereira


“Se sonhar é acordar-se pra dentro,
então realizar é sonhar-se pra fora.”
(O Teatro Mágico)


O sábado amanheceu perfeito. Era um dia tipicamente carioca. Céu azul, calor, muitas pessoas na rua... Tudo conspirava a favor dos nossos planos. A tropa de sonhadores, ou melhor, sonhadoras, já que havia muito mais mulheres que homens, estava a postos antes mesmo de a pequena Isabela chegar. A ansiedade era visível e todos estavam com muita expectativa, afinal, dentro de alguns instantes mais um sonho seria realizado e isso para nós é sensação de dever cumprido.

Quando um grupo se empenha tanto ao ponto de passar um dia inteiro trocando emails e pensando minuciosamente em todos os detalhes, não tem como o universo não conspirar a favor.

Ao lado dos pais e do irmão mais novo, Bryan, a pequena sonhadora chegou tímida. Com um chapéu cor de rosa escondendo os lindos cachos castanhos, Isabela não saiu do colo da mãe no início, mas foi só passar pelos portões históricos do Jardim Zoológico para a timidez dar lugar aos olhinhos brilhantes.

O tour animal começou pelas araras, passando pelos macacos e felinos, com destaque para o leão preguiçoso, o elefante dançarino e a girafa exibida. A ocasião era mais que especial e, para registrar tudo, a voluntária Tatiana fez questão de fotografar todos, eu disse todos os momentos. E quem disse que o Sonhando Juntos não está na mira tecnológica da comunicação? Nossa voluntária Glória, além de registrar, postou as fotos no Facebook e, antes de o encontro terminar, muitos outros voluntários que não puderam estar presentes já estavam curtindo e comentando. Isso é que eu chamo de voluntária High Tech.

Ao final do passeio, fizemos um piquenique com muitas comidinhas gostosas. O destaque vai para o pão de queijo legitimamente mineiro — e ai de quem disser o contrário — que a Mariana preparou. Nossos parceiros da Estante Mágica, Robson e Pedro, entregaram o livro interativo à Isabela, que adorou o novo passatempo. Depois de muitos flashes, bichos e sorrisos, nossa “Bebela” já bocejava no colo do pai. Com a certeza de que mais um sonho tinha sido realizado com êxito, os voluntários se despediram da família, que agradeceu o belo dia. Mal sabem eles que somos nós os mais agradecidos.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Vamos todos ‘contar’ de coração

Penélope Toledo


"Como a senhora explicaria a um menino o que é felicidade?
- Não explicaria. Daria uma bola."
(Dorothee Söle, teóloga alemã)

Quando assistiam aos jogos do Vasco, os irmãos David, 4 anos, Douglas, 15, e seu pai Edson sonhavam um dia poder pisar no gramado do 'caldeirão' e ficar cara-a-cara com seus ídolos. E eles sonharam com tanta paixão – dessas que somente o clube do coração é capaz de provocar na gente – que o sonho se transformou em realidade.

Foi na manhã de 16 de abril de 2011 que São Januário abriu suas portas para estes ilustres torcedores. Mas ninguém melhor do que nós, os próprios personagens desta epopéia, para narrarmos o dia em que reverenciamos a cruz de malta. Então vamos todos 'contar' de coração como esse sonho aconteceu.

Douglas (criança sonhadora): "Foi muito bom. Tirei muitas fotos com os jogadores e conheci a sala de troféus. Fui bem tratado por todos, principalmente pelos tios e tias da Casa de Apoio (Sonhando Juntos) e adorei os presentes, principalmente a camisa do Vasco, porque eu nunca tive uma oficial. A minha foi especial, pois veio com o meu nome. Sem contar o almoço. Foi um dos melhores dias da minha vida."

David (criança sonhadora): "O que eu mais gostei foi o treino dos caras." (Ao lado, o desenho feito por David: ele dentro de campo com os jogadores.)

Edson da Silva Romão (pai sonhador): "Foi um sábado maravilhoso o que eu passei. Fui realizar o sonho dos meus filhos e acabei realizando o meu também. Fui ao estádio São Januário, assisti ao treino, conversei com os jogadores, tirei fotos, conheci a sala de troféus do clube e fui super bem recebido não só pelas pessoas de lá, mas também pelo pessoal da Casa de Apoio/Sonhando Juntos. São pessoas maravilhosas, que jamais esquecerei."

Paulo Henrique Moreira (voluntário sonhador): “Só tenho a agradecer a todos por tudo! Foi a minha primeira atividade no Sonhando Juntos (tirando as formações) e posso dizer que é extremamente recompensante. Douglas, David e seu pai Edson vão se lembrar daquele dia por toda a vida, não tenham dúvidas disso.”

Penélope Toledo (voluntária sonhadora): "Assim que chegaram ao treino, os 'três meninos' grudaram no alambrado e começaram a gritar os nomes dos jogadores. Me emocionei, porque sonhei parecido na minha infância, então o gesto me fez compreender a grandeza daquele dia. Depois eles foram levados ao gramado pelo ídolo Felipe, os jogadores autografaram seus nomes no sonho e o eternizaram em fotografias. O Douglas não tirou o sorrisão do rosto um segundo sequer, o David pulava e andava saltitante, e o sr. Edson parecia um meninão. Espero que meu Corinthians não fique enciumado, mas no dia seguinte assisti ao jogo do Vasco e torci enlouquecidamente por uma vitória. E desconfio que isso vai acontecer muitas vezes daqui para a frente. Porque toda vez que o Vasco marcar um gol eu vou saber que em algum lugar o Douglas vai abrir seu sorrisão, o David estará saltitante e o sr. Edson terá se transformado num meninão. E eu reviverei a felicidade daquela manhã inesquecível".

Glória Vallim (voluntária sonhadora): “O dia amanheceu lindo e ensolarado, como se soubesse que nele seria realizado um sonho. Mas logo em seguida tivemos um contratempo: um motoqueiro na contramão. E agora? Tínhamos um sonho a realizar e tínhamos também que registrar a ocorrência para evitar problemas futuros. Só que Deus desejava muito a felicidade daquelas crianças e tudo se resolveu rapidamente. Elas estavam ansiosas à nossa espera. Àquela altura o sonho já tinha começado. Os três nos receberam com uma incrível euforia e no caminho contaram suas experiências em jogos e jogadores preferidos. Em São Januário, então, foi uma alegria só! A felicidade era tanta que o pai nem esperou para pegar o celular e contar a experiência maravilhosa. Os meninos também estavam enlouquecidos querendo narrar tudo aos amigos e mostrar-lhes as fotos. E nós sentíamos a sensação indescritível de sonho realizado. É como sempre dizemos: vê-los assim, tão felizes... não tem preço!!!”

Larissa Mattos (voluntária sonhadora): “Coisas simples podem se tornar extremamente especiais, quando se trata do sonho de alguém. Já fui ao Vasco um milhão de vezes mas, neste sábado, posso dizer, foi como se fosse a primeira vez. Tudo isso porque quem me apresentou o Vasco foram duas crianças, Douglas e David. Logo, tudo o que é tão sem graça, tão indiferente, toma-se de uma nova versão de magia e alegria!! Quando nos encontramos as poucas palavras que o Douglas me disse foi: "Ai, meu coração." Pois é, naquele pequeno menino de enorme coração morava esse sonho, e deste mesmo lugar irradiava a todos tornando NOSSO sonho!! Eu estava apreensiva porque nos disseram que o treino iria somente até às 10 horas. Mas não há barreiras que impedem um sonhador, e tudo deu certo!! O pai, vascaíno fanático, abriu mão de sair nas fotos e de pegar autógrafo para tirar fotos dos seus filhos, dos seus meninos (e não cansava de agradecer e elogiar. Ainda acho que realizamos o sonho de três crianças, se contarmos com o pai). Quando chegamos, o sol forte não era o bastante para nos impedir de grudarmos na cerca e ficarmos chamando pelos jogadores, como maiores fãs de carteirinha (e eu que nem sei o nome do técnico do Brasil, me empenhei em gritar pelos jogadores do Vasco, para que dessem uma olhada, um tchauzinho). David, pequeno ainda, não conhecia e não tinha dimensão daquilo tudo mas, ainda assim, curtiu cada coisa, aproveitou cada minuto. Douglas tinha os olhos mais brilhantes e o sorriso mais cheio de dentes que já vi. Como pode um menino ficar 2, 3 horas sorrindo direto, sem cansar, sem mudar nenhum pouquinho a feição do rosto ?? Foi incrível, foi inesquecível, foi mágico. E depois de nos despedirmos, abraços, beijos, ainda pude escutar: "Tchau, tia." Então é isso, "tchau, meus sobrinhos" e que vocês possam viver e se recordar deste dia para sempre.”

Nílderson Vallim (voluntário sonhador): “Sábado, manhã de sol e muito calor, depois de um pequeno contratempo que quase impediu a realização dos sonhos de três meninos, chegamos à Colina sagrada de São Januário, sede do Vasco da Gama. Após uma grande recepção pelo pessoal do Vasco, fomos assistir ao treino. Às margens do campo constatei com grande emoção a felicidade dos três meninos, Edson (40 anos) e seus filhos Douglas (15) e David (4). Neste momento percebi que nada mais importava para eles, pois estavam entorpecidos tirando fotos com seus ídolos e pegando autógrafos, não havia sede, fome, calor ou qualquer outro empecilho que os impedissem de estarem "sonhando de olhos abertos e bem acordados". E sei que nós literamente estivemos presente em seus sonhos, pois todos nós Sonhamos Juntos.”

Octávio de Souza (voluntário sonhador): “A participação no sonho das crianças David e Douglas foi um dos momentos mais emocionantes, prazerosos e enriquecedores da minha vida. Esse foi o meu primeiro sonho no Sonhando Juntos, espero ter a oportunidade de vivenciar esta emoção novamente e que outras pessoas também possam passar por isso.”


Fica aqui o sincero agradecimento do Sonhando Juntos ao Clube de Regatas Vasco da Gama pelo carinho e atenção com que nos receberam.




quinta-feira, 24 de março de 2011

Sonhando Juntos entrega livros doados pela Editora Estante Mágica

Mariana Bueno


"O livro é uma extensão da memória e da imaginação."
(Jorge Luis Borges)


No dia 19 de março de 2010 a Casa de Apoio à Criança com Câncer de Santa Tereza recebeu uma visita muito especial: o Mago Sabido, mascote da Editora Estante Mágica. Foi uma manhã cheia de sorrisos e alegria! As crianças ficaram encantadas com a presença do Mago! Todas quiseram abraçá-lo, beijá-lo e tirar fotos. Além de se divertirem muito, foram presenteadas com livros infantis.

Tudo começou no fim de 2010, quando a Editora, em parceria com o Sonhando Juntos, promoveu no Twitter uma campanha na qual a cada novo seguidor, um livro infantil seria doado ao projeto. O resultado foi mais do que positivo: 783 pessoas passaram a seguir a @Estante_Magica e, assim, o @sonhandojuntos ganhou 783 livros!

A entrega foi um verdadeiro evento e reforçou ainda mais o tema trabalhado no mês de março pela Casa de Apoio: a literatura. O ambiente estava todo decorado com livros, para incentivar as crianças e mostrar a elas a importância da leitura.

Junto com os voluntários do Sonhando Juntos, todos assistiram à contação de estórias da fábula “A galinha ruiva”, que fala de valores fundamentais como ajudar ao próximo e não ser egoísta. A atividade foi também uma oportunidade para conversar com as crianças sobre o tema, deixando a imaginação viajar em diálogos repletos de personagens, misturando realidade e ficção.

Os representantes da Estante Mágica, Robson Melo e Pedro Concy, deram seu depoimento: “Como se constrói um sonho? É assim, primeiro você acorda. É! Isso mesmo: acorda! Depois, esfrega bem os olhos, joga uma água no rosto, cantarola uma música antiga, abre as janelas e começa a sonhar em como fazer do seu mundo melhor. Daí, bem acordado, você arregaça as mangas e “vamo que vamo”! Assim, nasceu o sonho do Estante Mágica! Resolvemos sonhar com centenas de seguidores do Twitter – todos ávidos por fazer o bem. E sonho que se sonha junto, vocês sabem: vira realidade. Emocionante. Inesquecível. Um sonho.”

O Sonhando Juntos agradece à Editora pela parceria e a todos os seguidores que participaram da campanha!



 

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Atividade de Carnaval na CACCST

Giulia Gomes

É tempo de carnaval e, como não poderia deixar de ser, os camisas amarelas entraram em ação. Missão: Carnavalizar! Instrumentos a postos, a regra era fazer barulho! Percussão, flauta, chocalho, com direito a muita serpentina. O calor não foi empecilho e as crianças da Casa de Apoio à Criança com Câncer puderam deixar a tristeza e os problemas de lado para entrar em harmonia com as “crianças” do Sonhando Juntos.

Antes da bagunça musical, um menino de poucas palavras e grandes olhos verdes desenhava quietinho no canto. Na folha de papel, as cores se misturavam como fogos de artifício disformes.

- O que é isso aqui?

Ele respondeu baixinho.

-É o Ben10!

- E isso aqui? – Apontei para um círculo marrom no desenho.

- É a arma dele. Ela mistura tudo!! – falou, enquanto apontava para o resto da galera que se preparava para começar o carnaval.

-Mistura tudo??? Faz ele – disse apontando sem olhar para quem – virar ele? E ela virar aquela ali?

-É! – disse ele olhando para mim. –Aí o bicho papão some!

E voltou a rabiscar traços coloridos, para mim, incompreensíveis, para ele, balas de uma arma imaginária que faria o medo ir embora.

Foi quando alguém deu uma batucada em um dos tambores e fez aqueles olhinhos verdes se iluminarem. Ele largou o Ben10 e sua arma no chão e se amontoou com as outras crianças em busca de algum instrumento para participar da marchinha.

Muito barulho com uma pitada de imaginação infantil e, apesar do bicho papão, o Carnaval começou.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Passeio ao CCBB

Mariana Bueno

“Uma ótima experiência cultural, muito enriquecedora não somente para as crianças, mas também para os pais e voluntários. Deveria se realizar mais vezes! Talvez a única oportunidade da criança e dos pais terem contato com programas culturais.”

Assim a voluntária Ana Paula Sales definiu a atividade realizada pelo Sonhando Juntos com as crianças da CACCST no dia 16 de janeiro de 2010. Acompanhadas de seus pais, as crianças passaram uma agradável tarde no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

Desde a chegada era nítida a alegria e a expectativa de cada uma. Logo no início, uma pequena disse que não ia querer ir embora! E o dia estava só começando...

A programação fez muito sucesso e agradou a todos: uma sessão de cinema exclusiva, com a exibição de filmes da Turma da Mônica, e a contação de histórias “Sete Anos”, com músicas e teatro de sombras. Por fim, foram ainda à exposição da poeta Cora Coralina e aproveitaram para conhecer todos os espaços do prédio histórico, que foi erguido em 1880 e se destaca pela bela arquitetura e pelos eventos culturais.

Entre uma atividade e outra, houve momentos de total interação entre voluntários e crianças, com conversas, brincadeiras, fotos e muita descontração. E os pais, além de também aproveitarem o passeio, se mostraram felizes com a possibilidade de seus filhos saírem de casa e vivenciarem uma experiência diferente.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Sonhando Juntos recebe homenagem da CACCST

 
 
A Casa de Apoio à Criança com Câncer (CACCST), em comemoração aos seus 10 anos, completados em 2010, homenageou seus principais parceiros com um troféu.
 


O Sonhando Juntos foi representado pelos coordenadores André Avelino e Janssen Murayama, que receberam o troféu da presidente e fundadora Sandra Nóbrega.


Agradecemos o reconhecimento e esperamos que esta parceria seja cada dia mais sólida e duradoura. Muito nos orgulha estar ao lado da CACCST neste trabalho desenvolvido em prol das crianças com câncer e suas famílias.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Qual foi o momento mais marcante do Sonhando Juntos em 2010?



Paloma Lacaille:
“Para mim, o momento mais marcante foi a atividade de Carnaval. Foi minha primeira atividade, estava ansiosa com relação ao que iria acontecer ali. Logo de cara vi o João, super fofo, brincando de esconder atrás do poste da Casa de Apoio, perto da porta. Tenho lembranças super vivas desse dia, inclusive da gente se perdendo em purpurina no final da atividade. Também acho super importante os momentos de integração entre os voluntários. É ótimo poder sair de uma atividade, por exemplo, e poder trocar idéias sérias e também papear. Acho isso bacana, pois um grupo unido faz um trabalho melhor (e se diverte!).”



Karla Cardoso:
“Tudo no Sonhando Juntos nos emociona muito, fica até difícil escolher! Conhecer tantas crianças lindas, os sonhos, cada sorriso... Mas a situação que mais me surpreendeu e me emocionou foi no Hemorio, quando fizemos a atividade do teatro. Eu e Angélica fizemos a apresentação na Emergência também, onde o ambiente é muito triste. E após a apresentação, onde crianças e familiares se divertiram e participaram, uma avó nos chamou e agradeceu por aquele momento! Disse que desde que o neto dela entrou ali, ela nunca tinha o visto sorrir! Aquilo me deu uma sensação de felicidade absurda e de dever cumprido! Até hoje quando eu lembro me arrepio, realmente um momento que nunca irei esquecer.”


Glória Valim:
"Tive vários momentos especiais, por isso amo fazer parte do SJ. Uma vez foi no dia em que eu estive no Hemorio e fiquei contando várias histórias para o Samuel, ele queria mais, inclusive a Letícia se aproximou para participar também. Foi muito divertido, pois o livro era interativo. No final, a mãe do Samuel me chamou, pois ele queria me dar um presente. Ele havia pedido um pirulito para enfermeira para me dar. Nossa!!! Me emocionei. Momento único! A outra foi a primeira e especial realização do sonho da Letícia. O simples fato de ela estar feliz se tornou o momento marcante. Sonhamos juntos com a Letícia!"




Raquel Pina:
"Para mim o momento mais marcante foi o ínicio. Na verdade, foi ver como existe gente disposta a ajudar também. Isso deu mais esperança, mais vontade de mudar e continuar. Eu vi que, ao contrário do que dizem, o mundo é feito de pessoas boas com muito amor pra doar."





Victor de Paula:
"Eu não tenho como dizer que um momento mais marcante se deu em alguma atividade, ou se deu com alguma criança, porque desde que começei no Sonhando Juntos sempre adorei todas as atividades que participei, todas as crianças, todos os momentos foram ótimos. O mais marcante posso dizer que foi a minha primeira formação, em junho, que foi o início, o início de algo que espero poder continuar participando por tempo indeterminado."



Renan Barros:
"O momento mais marcante do Sonhando Juntos este ano para mim foi o aniversário do Alvim. Eu fiquei muito feliz de vê-lo muito feliz com a nossa presença! Sem dúvidas eu não esquecerei deste dia."





Gustavo Godoy:
"Poder acompanhar de perto e participar ativamente da realização do sonho do Samuel foi para mim o momento mais marcanter. Nem o fato de ter que encarar 50km de distância para buscá-lo fez diminuir minha empolgação. Proporcionamos esse momento inesquecível para ele e o fato de ser botafoguense fez tudo ficar ainda melhor. Além disso, conseguimos com a direção do clube levá-lo para entrar em campo num jogo. Ele nunca tinha ido ao um jogo e entrou de mãos dadas com seu ídolo Loco Abreu, que não estava no dia do treino. Foi um sonho duplo! Foi muito bom ter feito a diferença na vida do Samuel, ver o sorriso dele e saber que ele vai guardar isso para a vida toda."


Bianca Bellas:
"É muito dificil escolher um momento específico no Sonhando Juntos que tenha sido marcante para mim em 2010, porque todos foram. Quando paro pra pensar o que de melhor me aconteceu em 2010 sempre penso em como foi bom conviver com todas essas crianças. Mas escolhi um momento que foi logo no meu início no projeto. Escolhi esse porque foi quando eu percebi que tudo o que as pessoas falam: que aquele pouco tempo que a gente passa com a criança com certeza faz a diferença pra ela, e pra gente também. Na primeira vez que fui à Casa de Apoio, fiquei bastante junto com um menino chamado Felipe. Ele é um fofo e super carinhoso, brinquei bastante com ele, mas não achei que ele fosse se lembrar de mim, já que ele só tinha me visto naquele dia. No mês seguinte, quando fui na outra atividade, estávamos tendo aquela reuniãozinha de voluntários antes da atividade quando ele bateu na porta e perguntou pela tia dele (que no caso era eu) e quando ele me viu lá dentro foi me dar um abraço rapidinho! Não dá pra descrever o que a gente sente em momentos como esse, ainda mais que era minha segunda vez ali e eu não tinha noção de que tudo ia ser tão especial! Quero aproveitar para agradecer ao Sonhando Juntos por ter me colocado em contato com tantas crianças maravilhosas e me feito passar por experiências que nunca vou esquecer. Espero que 2011 seja tão bom quanto foi esse ano e que eu possa continuar participando disso tudo!"

 
E para você, qual foi o momento mais marcante?