quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Uma grande SURPRESA em uma singela HOMENAGEM



Por Luciano Krsnamurti

"Chego à enfermaria (meio ansioso, pra variar, rs) para o meu segundo dia de atividade, e lá estava um monte delas. Disseram-me que era cerca de 48 leitos, eu pude jurar que havia pra mais de 100 crianças, elas se multiplicavam.. Hahaha. Que energia incrível elas têm, apesar de todos os problemas e dificuldades.

Pausa no jogo da memória, para a foto.
Eis que um menininho, no último leito da direita, chamou minha atenção, ele estava sozinho, a princípio, deitado, mas acordado, e quando perguntei se ele estava a fim de brincar, a resposta foi imediata: "Sim!" "Qual o seu nome?", perguntei. E ele: "Heitor".

E lá fomos nós, brincamos de Lego, jogamos Uno, jogo da memória da Peppa (o da foto), pintamos, literalmente, (pintamos o 7 tbm, pq né?), corrida de aviões de papel, e massinha - ah, fizemos um zoológico, com direito a uma cobra e oito dinossauros.

Passado um tempo, vieram os remédios. Quando o enfermeiro começou a aplicar a medicação via endovenosa, o Heitor meio aflito perguntou: "ai, ai, tá queimando.. Que remédio é esse? Ranitidina?" (Nessa hora eu tomei um susto, como um menino de 6 anos já havia gravado até o nome do remédio?) - o enfermeiro assentiu.

Aí ele olhou pra mim e me explicou: "É que a ranitidina queima.. Esse agora que ele está aplicando não queima, não.. Engraçado, né?"

um dos mascotes do Heitor foi batizado com o
mesmo nome do voluntário.
E continuamos brincando, rindo, ele morria de rir quando o avião de papel passava por cima de mim, e eu não conseguia segurá-lo, rs.

A mãe dele apareceu, conversamos, ela elogiou o projeto, foi bem bacana.

Heitor é desses meninos de 6 anos que são super espertos, inteligentes, comunicativos, engraçados e carinhosos. Ele está com um probleminha que não está podendo andar, pelo menos não por enquanto, e que, segundo ele, está com "cimento" (gesso) na perna, hahaha, e uma coleira no pé, "para o pé não fugir". <3>

A verdade é que eu preciso muito mais do Heitor, da Camila, e de tantos outros que estão por vir, do que eles de mim.

Ps: o Heitor tem dois macacos, daqueles que se penduram com o auxílio de um velcro nas mãos, no pé da cama. Quando o questiono acerca de seus nomes, a surpresa: A um ele dá o nome de Kaíque, o outro ele passou a chamar de Luciano." 

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Capítulo da Vida: O que os olhos não vêem o coração SENTE.

                                                                                                       Por Nathalia Mota


P. Gabriel: - Tia, deixa eu escutar o seu coração.

Eu: - E aí, Gabriel. Como está meu coração?

P. Gabriel: - Faz silêncio, tia. Preciso escutar direitinho.

(Dois minutos depois).

P. Gabriel: - Está tudo bem. Vai ficar tudo bem. Pode brincar!

Assim, o Gabriel me conquistou pela segunda vez. Na primeira, ao sentir e exclamar a presença dos “tios dos brinquedos”, ele deu um impulso aleatório e me agraciou com um abraço forte nas minhas pernas.

A imaginação do Gabriel é iluminadamente fértil. Fomos bombeiros e policiais. Andamos de avião e de trem. Dançamos. Ele tocou guitarra e eu fui Maria Palheta. Fingimos que jogamos cartas. Surfamos na praia. Ele foi o Dr. Gabriel. Pulamos ondas. Vendemos pamonha. Tivemos super poderes sem sair da enfermaria do Hospital Jesus. Dormimos. Acordamos. Escovamos os dentes. SONHAMOS.

Nossas brincadeiras tiveram sonoplastia e detalhes. Muitos detalhes.

Como detalhes nunca são meros, esse menino de 4 anos, desprovido do sentido da visão, me fez enxergar o quão eu já fui cega por não contemplar a beleza da vida. Meus olhos ficaram menos tapados depois que eu passei a ser uma sonhadora.

Gabriel, você me fez enxergar que as coisas mais bonitas são sentidas com a luz do coração. Obrigada por me fazer sonhar tão alto.

Um beijo da tia "aviãozinho pequeno".

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

8 meses de espera e uma certeza

                                                                                                               Por Heloá Nunes

Sempre tive  vontade de participar de algo  em que pudesse  estar perto   de crianças que não poderiam levar uma vida tão normal quanto as outras devido a sua condição de saúde. Acreditava que   de alguma forma  poderia   fazer a diferença positiva   na vida   daquelas crianças, levando um pouco de carinho em um momento tão delicado.

No final de  2014, na  página da  faculdade, vi  um pedido de  doação de sangue para uma princesinha que estava internada no HUPE, a Thayná, que nos seus poucos aninhos de vida já enfrentava uma batalha de gente grande.

Entrei em contato com a Thamires, a menina que havia divulgado o pedido de doação na página da faculdade, e marquei de ir ao centro de hemoterapia do HUPE tentar ajudar. Infelizmente naquele momento meu sangue não era suficiente para que eu pudesse fazer a doação, mas minha vontade de poder fazer algo por aquela pequena transbordava. Com a ajuda da Thamires tive autorização para conhecer a Thayná. 

Foi a primeira vez que entrei na ala infantil de um hospital, e a primeira vez que tive a mínima noção do que acontece ali dentro. O sofrimento dos pais por verem seus filhos nessa situação e sua impotência em não poder fazer muito. O sofrimento das crianças que mal puderem sentir o prazer de ser criança, mas já enfrentavam o desprazer de lidar com doenças tão agressivas. O cuidar de uma equipe de saúde incansável para tratá-los da melhor maneira possível.

Conversando depois com a Thamires sobre minha vontade de poder fazer algo a mais, ela comentou sobre uma ONG que aos finais de semana ia ao hospital levar alegria para as crianças. No mesmo dia procurei o Sonhando Juntos no Facebook, e fiquei completamente apaixonada pelo trabalho da equipe. Na mesma hora enviei minha inscrição!

Os meses passaram, (quase oito na verdade), eu até achei que não seria mais chamada. Porém, para minha grata surpresa, em 10 de Junho abri meu e-mail e estava escrito: “Chegou a sua vez! Vem sonhar com a gente! J J J”. Meu coração disparou, quase não acreditei. Depois de quase oito meses havia chegado a minha vez. Era muita alegria!! Mesmo sendo um período muito tumultuado com o fim da faculdade, não poderia deixar minha vaga escapar e voltar para o final da fila, tinha que começar já!

E foi assim, que após meses de espera, com muita vontade de ajudar, mas medo de não conseguir lidar com o sofrimento dos pequenos, que no dia 19/07/2015 fui ao Hemorio, somente com a alma e coração, pedindo a Deus que eu pudesse somar a esta equipe a levar um pouco de amor aos pequenos. Passado o frio na barriga e a ansiedade inicial, ao avistar os primeiros olhinhos e sorrisos sedentos por brincadeiras e companhia, não se importando com acessos, soros, remédios e procedimentos, apenas em brincar, construir, desenhar e gargalhar, tive uma das melhores experiências de mina vida, onde  seres tão pequenos no tamanho me mostraram sua força gigante em esquecer a dor e ser apenas criança.

Foi um afago em meu coração ver aquela alegria, não só deles, mas de seus responsáveis por vê-los esquecer da rotina hospitalar nem que fosse por um breve, mas muiiito proveitoso momento. A cabeça começou a fervilhar pensando no monte de coisas que poderemos fazer nas próximas visitas, nos desenhos que poderemos levar, na massinha que é super importante, na bolha de sabão que não pode faltar, nos bonecos de super herói que estão em falta, e nos muitos sorrisos e alegria que irão embalar todas essas brincadeiras.

A princesa Thayná, primeira pequena sonhadora que conheci, antes mesmo de me juntar ao Sonhando, infelizmente deixou de brilhar na terra para brilhar no céu no início de 2015. Mas tenho certeza que mesmo em meio a tanta dor, os momentos que ela passou com a equipe do Sonhando foram muito importantes para ajudar a ela e sua família a suportar todo esse processo.

Espero que eu possa contribuir com esta equipe para ajudar muitos outros pequenos sonhadores e suas famílias a passar por este momento com mais amor, alegria e gratidão por ter mais um dia, apesar dos pesares. E que a maioria desses pequenos possa brilhar o quanto antes em suas casas, nos parquinhos, nas pracinhas, nas escolas, e quem sabe no futuro brilhem também como grandes Sonhadores, mas mesmo se tiverem que brilhar no céu, nós, voluntários, possamos ter a certeza que com um pouquinho do nosso tempo, contribuímos para que eles brilhassem com muito mais amor.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Sempre é uma surpresa...

Por Juliana Tardim

Toda atividade do sonhando é um dia memorável e toda atividade será única na sua vida. Ainda que você brinque com a mesma criança por diversas vezes, cada dia será uma nova história guardada. Ainda que você brinque do mesmo jogo com uma criança da mesma faixa etária, você viverá algo diferente. O projeto não é metódico, o sonhando faz acontecer no momento. Cada fim de semana você será novamente surpreendido. Minha surpresa em dois fins de semana, veio na forma de uma princesa: Thielly. 

A conheci no mês de junho, em uma atividade de sábado de manhã no HEMORIO. Antes de entrarmos, a médica comentou que era uma menina difícil e que não tinha muito bom humor. Resolvi conhecer Thielly e dar o melhor de mim para que ela pudesse sorrir. Mas as coisas não foram tão fáceis.. A cada nova proposta de brincadeira, recebia um NÃO! Se tentava fazê-la sorrir, ganhava um SAI DAQUI. Não desisti, percebi a resistência forte, mas não impossível de ser rompida. Por alguns momentos, Thielly era minha amiga e esses duravam 10 segundos... No fim daquela manhã, estava com um saldo de uns 7 momentos. Momentos que fizeram daquela experiência única.

Um mês se passou e voltei ao HEMORIO, descrente de que a encontraria lá, mas lá estava ela, gritando com a enfermeira: NÃO. Confesso que a convidei para brincar esperando um grito, mas como disse, você sempre é surpreendido. Thielly na mesma hora aceitou brincar, me deu a mão e fomos. Achei que aquele fosse mais um momento de dez segundos, até que minutos se passaram e ela ainda estava querendo brincar. Fiquei absurdamente feliz e assim seguimos pintando, fazendo bolinha de sabão, rindo.. Eu, Carol e Thielly. Sentia uma felicidade indescritível ao vê-la sorrindo e me lembrava da atividade anterior em que a resistência bloqueava esse sorriso. Até juramos de dedinho sermos melhores amigas para sempre. 

No fim daquela manhã, Thielly aceitou tirar uma foto, coisa que ela não permitiu na outra oportunidade. No fim daquela manhã, eu não havia feito era nada! Thielly é que havia feito por mim, que surpresa maravilhosa. Um dos resultados mais incríveis do voluntariado é isso, você tem a intenção de fazer o outro feliz, mas o inverso acontece e você se vê responsável em retribuir. E assim o ciclo segue, só que no sonhando, o ciclo vem sempre com uma novidade, pode ser ela uma experiência, um sorriso novo ou você novo.



quarta-feira, 22 de julho de 2015

Do medo aos sorrisos

                                                                                            por Sílvia Belmiro

Conheci o projeto através de uns amigos. De cara achei lindo! Mas nunca me imaginei atuando.. achava que não teria forças psicológicas para isso. Sempre fui bastante sensível, daquelas pessoas que os outros chamam de manteiga derretida, sabe?

Quando pensava no projeto sempre vinha na minha mente o quão aquelas crianças eram tão pequenas, tão indefesas, e que não mereciam passar por momentos difíceis... pensava que grande parte delas não tinha sequer idade para entender a doença que enfrentavam e o que acontecia ao seu redor. E aquilo me partia o coração.
Sempre imaginei que quando tomasse “coragem” e entrasse no projeto, sairia dos hospitais sempre chorando, triste, e pesada. Mas, finalmente, em 2014 algo me impulsionou e eu comecei a fazer parte do projeto.

Na noite anterior à minha primeira atividade, eu não dormi direito. Estava ansiosa, preocupada em como eu reagiria aquela situação. Mas, minha primeira visita foi um presente! Consegui um sorriso de uma criança! Um menino de 2 anos que estava emburrado, e não queria brincar. Ele não largava a mãe de jeito nenhum! Mas, fui persistente, e disse a mim mesma que só sairia dali com um sorriso daquela criança. E eu, consegui!! No final da atividade ele já havia esquecido completamente a mãe, e estava sentado no meu colo brincando e sorrindo.

E como eu sai do hospital? Radiante, com sorriso de orelha a orelha,e acima de tudo, com a esperança renovada. Estou quase um ano no projeto, e uma coisa posso garantir, esse jaleco definitivamente tem Poderes mágicos, como bem disse a líder Priscilla. Ao colocá-lo, você esquece de toda dor, seja ela física ou psicológica, e se enche de energia! Esquece seus problemas e abre um sorriso inexplicável. E a cada sorriso aberto (e as crianças têm cada gargalhada gostosa),a cada gesto de carinho, sua esperança é renovada! Posso dizer com toda a certeza do mundo, o sonhando juntos foi a melhor terapia que eu podia fazer!!

Obrigada Sonhando Juntos!

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Ser voluntário: amor ao próximo, amor para você

Por Janaína Campos

Quem me conhece sabe que eu adoro crianças. Adoro estar rodeadas por elas. Eu gosto da sinceridade, do sorriso frouxo e do carinho. Estar com elas renova a energia, porque é um amor puro. Dificilmente uma criança vai te dar bola se ela realmente não for com a sua cara. Não tem essa de fingimento. Toda vez que eu pensava em “fazer minha parte para mudar o mundo”, eu pensava em algo relacionado a crianças. E quando eu descobri o voluntariado, eu me encontrei. O que mais as crianças precisam, se não um pouco de amor?

Teve um ano que minha mãe organizou um dia de brincadeiras em um orfanato. Fomos um grupo só de amigos e foi muito legal. Jogos de bola, música, pega-pega e colo para os bebês. As meninas ficavam penteando meu cabelo e eu fazendo penteados nos delas. Naquele dia eu percebi que um dia podia fazer diferença.

Desde então eu fiquei na cabeça que gostaria de fazer trabalho voluntário com crianças. Com a correria do dia a dia eu sempre ia deixando para depois. Procurava uns lugares, preenchia formulários online e não tinha resposta. Ficava de visitar alguns lugares e não ia. Os anos foram passando e eu nada fazia. Até que eu encontrei uma ONG na internet e fiquei apaixonada por um projeto. No final do ano passado preenchi o formulário de interesse, mas tinha fila de espera. O desânimo bateu de novo.

Foi então, que esse ano eu recebi o e-mail “a espera acabou”, com uma mensagem que me convidava para formação de novos voluntários do “Sonhando Juntos”, um projeto da “Sonhar Acordado”. Além de levar alegria e valores ás crianças doentes, o propósito do programa é realizar sonhos. Sensacional, não é? Fiquei em êxtase.

Desde abril, uma vez por mês, pelo menos, eu vou até um hospital e passo cerca de quatro horas com as crianças. É posso afirmar: é gratificante! O sorriso, o amor, o carinho. Vale a pena acordar cedo, vale a pena "ganhar" uma tarde de sábado. Ganhar,  porque não posso dizer "perder" uma tarde. Nessas horas eu só ganho.

Esse final de semana tinha três compromissos, sexta, sábado e domingo, mas ainda assim foi para um hospital sábado e outro domingo. Pensei: 'vai ser um final de semana cansativo'. Mas não foi. Foi energizante. Em um mundo cheio de coisas ruins acontecendo é muito bom saber que tem muita gente - fila de espera - querendo fazer o bem.

Ganhei dois desenhos esse final de semana, "tia, pra você lembrar de mim". Mal sabem elas que mesmo sem os desenhos eu lembraria delas.

Não acho que faço muito. Acho até que faço pouco, talvez pudesse ir mais vezes por mês. Mas, em um mundo com taaaaaanta gente, se cada uma fizesse o 'meu pouco', seria muito. Teria sobra. O mundo seria mais amor.

Postado originalmente em: Blog Dias de Flores

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Ser voluntário é preciso

                                                                                                        Por Erika Pelegrino                                   

Toda vez que você se torna responsável por alguma coisa vem a necessidade de uma postura mais séria, de um tratar mais formal e com o tempo você vai engessando. É que nem virar adulto, parece que quando entramos no sonhar acordado voltamos a ser crianças e tornar-se líder, ou coordenador te traz de volta ao mundo dos prazos, datas e cobranças mais rígidas. Mesmo que você se sinta mais parte da família sonhar, você muitas vezes se sente perdendo, e não necessariamente tem que ser assim ...


Já tornou-se tradição, cada hospital em que iniciamos os trabalhos, nós os “adultos” vamos fazer um reconhecimento de território, conhecer as enfermeiras e o mais importante conhecer nossas crianças e é nesse momento que a mágica acontece, voltamos a ser voluntários e dessa vez com muito mais gosto, com muito mais garra querendo tirar cada sorriso como se fosse o último, afinal na próxima atividade seremos nós que teremos que dizer que está na hora de ir embora...

E se você depois dessas atividades fica querendo ir mais como voluntário, ou até mesmo deixar o cargo de “adulto” ao voltar para a sua atividade, para a sua equipe e ver os novos voluntários descobrindo o projeto, percebe que você não é o adulto, tudo bem, talvez você seja o idoso, aquele que já sabe equilibrar responsabilidade e prazer, brincar e liderar, e sem dúvidas chegar a essa maturidade ainda jovem te prepara para a vida.


E isso é ser líder do sonhando juntos: Aprender com as crianças a sonhar, com os coordenadores a crescer e com os voluntários ver que tudo vale a pena. Entramos achando que vamos nos doar para o projeto crescer, mas quanto mais nós nos doamos quem mais cresce somos nós que nos superamos a cada desafio, seja realizar um sonho seja conquistar ainda mais sorrisos, até porque se a ONG se chama sonhar acordado nós temos que dar o exemplo e hoje nosso maior sonho é fazer cada vez mais dias de infância em meio a dias de hospital.


segunda-feira, 15 de junho de 2015

Pequenas lições


                                                                                             por Marcello Fernandes Leal


Hoje foi um dia especial, pois serviu-me para colocar algumas coisas em perspectiva. Em conversa com um jovem de 16 anos, mas de compleição física de um menino raquítico de 11 anos, paciente de um hospital aqui no Rio de Janeiro, falávamos sobre uma outra paciente.
A menina sobre quem falávamos foi internada às pressas na semana passada e foi diagnosticada com meningite. Após 3 dias no CTI, os médicos disseram que em função da doença eles estavam analisando se seria necessário amputar as duas mãos e os dois pés da menina. Ela tem apenas 10 anos.

Esse menino, com quem eu conversava, que também estava no CTI por conta de uma grave doença que possui, ao saber da história da menina, que ficava na cama bem a sua frente, entendeu que deveria alegrá-la de alguma forma. Como ele estava muito magrinho, pois não conseguia comer direito, ele me contou que se vestiu com uma camisa preta e foi brincar com a menina: 

"Oi, tudo bem? Você já viu um esqueleto preto dançar?" E ele começou a dançar, "como um graveto no vento", segundo as palavras da mãe do próprio menino, e assim a menininha morria de rir, se esquecendo da dor.
Quando o indaguei sobre a sua dor, pois, afinal, ele também estava na CTI, ele simplesmente respondeu: "Ela estava triste. Tinha que fazer alguma coisa".
São essas pequenas lições que mudam nossa vida.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Atividades do Dia das Mães

Nesse fim de semana nossos sonhadores realizaram nos hospitais e na Casa de Apoio à Criança com Câncer de Santa Teresa (CACCST) diversas atividades para comemorar o Dia das Mães. Sábado no Hemorio as crianças personalizaram quadrinhos com o molde de suas mãos para as mamães. 




No Domingo foi a vez deles fazerem lindos cartões! Olha como o Davi ficou feliz!


No Hospital da Lagoa, os voluntários tiveram a ideia de fazerem coroas. Afinal toda mãe é uma  rainha!


No HUPE a emoção ficou por conta do abraço apertado da Tainá na sua mãe!


O nosso MUITO OBRIGADO a todos os sonhadores que participaram das atividades nesse fim de semana e ajudaram a tornar esse Dia das Mães ainda mais especial para nossas crianças!

Se você tem alguma ideia de atividade especial para desenvolvermos nos hospitais ou nas casas de apoio conta para gente! Conte a sua ideia para o líder da atividade ou envie um e-mail para marketing.sj.rj@sonharacordado.org.br. 

Esperamos vocês no próximo fim de semana! 








segunda-feira, 27 de abril de 2015

A verdade é que esses pequenos nos ensinam muito mais do que o pouco que tentamos fazer por eles

Patrícia Lemos
Parece ironia falar que eles nos ensinam, já que nós que gastamos tempo na dedicação para dar alegria a essas crianças que ficam dias ou até semanas nos hospitais, passando por mil tratamentos complexos que nem imaginamos. Mas sim, é verdade que eles nos ensinam muitos mais, pode perguntar a qualquer voluntário que está há mais de um ano no projeto e veja o que ele vai te contar. Esses pequenos nos treinam principalmente a reclamarmos menos da vida. Esse péssimo hábito que temos de reclamar por coisas tão pequenas, não sei explicar direito, mas pouco a pouco vai diminuindo, como se fossemos tendo aulas práticas com eles, afinal você pode ter tudo, mas se não tem saúde, o tudo não vale nada.
E pode acreditar, embora estejam em meio a cateteres, soros e macas de hospitais, são crianças cheias de energia, são alegres e, lidam com a doença (por mais grave que seja) de uma forma normalmente mais leve do que pensamos.
Já vi gente com receio de participar do projeto por achar que será muito triste estar com crianças em estado terminal e principalmente com medo do apego que possa acontecer caso ocorra falecimento. A meu ver, não dá tempo de se apegar, afinal são 3 hospitais e como quem está em tratamento geralmente não passa meses internado até ter alta, então se um voluntário for uma manhã ou tarde de um sábado ou um domingo por mês, a probabilidade de encontrar novamente com a mesma criança é pequena.
Claro que nem todos os dias são tão animados e realmente algumas vezes há crianças que ficam mais quietas e outras sem vontade de brincar. Mas é ali que vem o desafio de reverter o desânimo e tentar de tudo arrancar um sorriso. E aí quando ela começa a se animar, se solta e abre um sorriso, ou quando um pai chega e te agradece por estar ali, você se anima junto e vê que dos ânimos e desânimos, o salto fica positivo.

Então, o que eu posso recomendar, é que se alguém tiver um pingo de vontade de ser voluntário, experimente por alguns meses e depois nos conte! E pode ir com a certeza de que você vai ajudá-los e vai aprender junto. J