quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O primeiro de muitos



Eliza Reymao

Domingo de eleições! Domingo em que a população sai às ruas para exercer mais um de seus direitos e deveres da nossa “democracia obrigatória”. Porém, ao acordar, e antes de ir cumprir o meu dever e direito, fui exercer outro papel como cidadã, este sim, em minha sincera opinião, extremamente gratificante. Aos 26 anos, primeira vez no Hemorio. Pensamento automático ao entrar na sala da enfermaria:  'Por que nunca vim aqui antes?!' Mas enfim, nunca é tarde para começar.

A famosa apreensão de todas as pessoas que começam nesse tipo de trabalho voluntário, principalmente para aquelas que não possuem nenhuma ligação com a área da saúde, sim, bateu por um instante. Entretanto, bastou ver um armário cheio de brinquedos e uma espiadinha naquela sala com as paredes pintadas com desenhos, enquanto lavávamos as mãos, para aquela leve tensão ser derrotada.

Logo no início, uma carinha de sono misturada a um sorriso largo me recebeu! Kauane queria brincar, jogar, falar, desenhar, inclusive presentear a “tia Déia” com seu desenho cheio de borboletas! Pouquíssimo tempo depois, o almoço chega. 'Mas não acabamos de começar?!', pensei. Na verdade já havia se passado duas horas e meia em que eu estava ali, em pé, brincando com ela, admirando as coisas mais simples da vida, como desenhar uma borboleta, sem perceber que estava dentro do 'tão temido hospital'. E para completar, ainda fui indagada pela pequena se eu iria voltar. Neste momento sim o nó na garganta apareceu, não pelo fato de ver as crianças e os seus problemas, mas pelo gesto da Kauane, que me mostrou que naquele dia eu havia conseguido fazer um bem a alguém.

Por fim, todos os pensamentos e sentimentos envolvidos com aquela manhã me remeteram a um pensamento que sempre tento seguir quando algo não está caminhando da maneira como desejamos: Todos os problemas que cabem a nós uma tomada de decisão, não são problemas, são apenas desafios. Problemas são aqueles que não dependem de nossas atitudes para que sejam resolvidos. E mesmo assim, vendo aquelas crianças tão felizes, encontrei mais um aprendizado para esse pensamento: Que até mesmo diante de um real problema é possível ser feliz!

É incrível como um gesto tão fácil, tão simples, que não nos exige esforço nenhum, nos faça tão bem e muito mais a uma pessoinha que até então nem fazia ideia de que você existia!

O Sonhando Juntos é um curso intensivo de vida!
Conclusão do dia: Que foi o primeiro de muitos!

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