Patrícia Lemos
Parece ironia falar que eles nos ensinam, já que
nós que gastamos tempo na dedicação para dar alegria a essas crianças que ficam
dias ou até semanas nos hospitais, passando por mil tratamentos
complexos que nem imaginamos. Mas sim, é verdade que eles nos ensinam
muitos mais, pode perguntar a qualquer voluntário que está há mais de um ano no
projeto e veja o que ele vai te contar. Esses pequenos nos treinam
principalmente a reclamarmos menos da vida. Esse péssimo hábito que temos de
reclamar por coisas tão pequenas, não sei explicar direito, mas pouco a pouco
vai diminuindo, como se fossemos tendo aulas práticas com eles, afinal você
pode ter tudo, mas se não tem saúde, o tudo não vale nada.

Já vi gente com receio de participar do projeto por
achar que será muito triste estar com crianças em estado terminal e
principalmente com medo do apego que possa acontecer caso ocorra falecimento. A
meu ver, não dá tempo de se apegar, afinal são 3 hospitais e como quem está em
tratamento geralmente não passa meses internado até ter alta, então se um
voluntário for uma manhã ou tarde de um sábado ou um domingo por mês, a
probabilidade de encontrar novamente com a mesma criança é pequena.
Claro que nem todos os dias são tão animados e
realmente algumas vezes há crianças que ficam mais quietas e outras sem vontade
de brincar. Mas é ali que vem o desafio de reverter o desânimo e tentar de tudo
arrancar um sorriso. E aí quando ela começa a se animar, se solta e abre um
sorriso, ou quando um pai chega e te agradece por estar ali, você se anima
junto e vê que dos ânimos e desânimos, o salto fica positivo.
Então, o que eu posso recomendar, é que se alguém
tiver um pingo de vontade de ser voluntário, experimente por alguns meses e
depois nos conte! E pode ir com a certeza de que você vai ajudá-los e vai
aprender junto. J
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