quinta-feira, 12 de julho de 2012

Mari & Duda

Mariana Rodrigues

Marinheira de primeira viagem? Talvez pela chuva me senti um pouco como marinheira, mas o nervosismo de participar pela primeira vez de um grande evento do Sonhar Acordado passou no momento em que botei meus pés no sítio. Logo vi centenas de voluntários que, assim como eu, não se importavam com a chuva, ou em acordar cedo num domingo. Isso era um pequeno detalhe do dia maravilhoso que ia acontecer, que NÓS íamos fazer acontecer. Confesso que naquele momento comecei a correr e pular que nem criança e quando os ônibus com aqueles anjinhos começaram a chegar... Nada explica esse sentimento de ansiedade e euforia!

O primeiro ônibus encostou com as crianças cantando um “hino” de homenagem ao Sonhar Acordado. Foi quando pensei que, por mais que o Dia do Sonho seja “apenas” um diazinho, realmente faz diferença para aquelas crianças, que passam meses esperando ele chegar. Acredito que todos os voluntários, além de emocionados, ficaram ainda mais animados na fila, gritando, pulando, fazendo até uma “ola” improvisada. Difícil distinguir quem estava mais feliz por estar ali.

Finalmente pude abraçar minha nova amiga, Maria Eduarda,  Duda para os mais íntimos. A Duda tem cinco aninhos, e faz parte do programa Amigos para Sempre. Quando perguntei o nome dela e ouvi a resposta bem fraquinha com a cabeça baixa pensei que precisaria de um bom plano para tirar a timidez da Duda. Mas logo peguei ela pela mão, saímos correndo no meio dos voluntários e não paramos mais até o fim do dia! Brincamos de pique pega, de corrida, dançamos, seguimos as coreografias, fomos no pula-pula, cama elástica e na pintura de rosto, onde ela se transformou numa borboleta linda, voando por aquele dia chuvoso.

Quando anunciaram que o nosso dia estava chegando ao fim e a Duda começou a esfregar os olhinhos perguntando se tínhamos que ir embora, se íamos nos ver no dia seguinte, foi difícil controlar a emoção. Realmente, apesar do cansaço, eu também não queria que acabasse. Pensar que aquele laço tão forte que criamos ia acabar assim, no mesmo dia? Quase que abri o chororô!
Foi aí que entendi de verdade o que é o Dia do Sonho. “Não Duda, não vai acabar. Você vai lembrar amanhã da tia, não vai? Vai lembrar de como nos divertimos hoje, quantos motivos temos pra sermos felizes? Então, a tia também vai lembrar de você amanhã, e depois, e depois... Nós somos amigas, não vamos nos  ver amanhã, mas sempre que tiver saudade pode fechar os olhos e lembrar do nosso dia tão especial, e aí vamos estar juntas de novo! E na próxima festa quem sabe não nos encontramos? Você vai vir brincar com a gente de novo?”

A tia Mari com certeza vai voltar pra brincar com a Duda e com todas as outras crianças especiais que estavam ali sempre que puder e, com certeza, vai se lembrar da Duda sempre que sentir saudade. É um dia que você se lembra pra sempre!

Eu agradeço ao Sonhar Acordado e a todos os colaboradores que possibilitaram esse dia tão especial. Acho que quem está de fora não tem noção do bem que isso faz na vida de uma criança e principalmente no coração de um voluntário.

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